O “drama em gente” de Fernando Pessoa, das cartas de amor às cartas astrais

Em tratados clássicos a troca epistolar é definida como o diálogo entre pessoas ausentes que, por meio das cartas, tornam‑se presentes. Nesse sentido, este artigo propõe revisitar tão explorada noção de heteronímia que se notabiliza na obra Fernando Pessoa nos debruçando em um ponto bem específico: sua efetiva aparição e seu desdobramento “cartográfico”. Pois cartas (a Casais Monteiro) explica gênese dos heterônimos processo começou justamente com personagens inexistentes. Assim, interessa cartografar nestas mesmas entrelinhas jogo próprio do poeta construir ali também, enquanto quem escreve explica, as relações ao mesmo tempo autobiografia “história direta” suas despersonalizações. Para tanto avançamos também direção algumas considerações feitas sobre amor (trocadas Ophelia Queiroz, nas quais chegam intrometer concretamente alguns heterônimos) astrais (que envolvem, além epístolas, ele fez para si cada seus heterônimos).